Intercedendo por AMOR: Escudo

Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem,

e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.
Romanos 10:17

ESCUDO

Davi cantou ao SENHOR este cântico, quando ele o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo: “O SENHOR é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é a minha rocha, em que me refugio; o meu escudo e o meu poderoso salvador. Ele é a minha torre alta, o meu abrigo seguro. Tu, Senhor, és o meu salvador, e me salvas dos violentos.

2 Samuel 22: 1-3

No capítulo 15 do livro de Gênesis, temos a grande promessa de Deus à Abrão, quando lhe garante um herdeiro e que sua descendência seria numerosa como as estrelas do céu. No versículo 6, lemos: Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça. Voltando ao início deste maravilhoso capítulo, temos a seguinte declaração:

Depois dessas coisas o SENHOR falou a Abrão numa visão: “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!”

Gênesis 15:1

As coisas que antecederam esta promessa foram o resgate de Ló e a bênção de Melquisedeque. Estes dois fatos comprovam que Abrão já era temente a Deus e disposto a fazer Sua vontade. Mas o capítulo 15 começa falando em medo. Abrão tinha motivos para temer, pois o resgate de Ló, executado por 318 bravos guerreiros, chamaria a atenção e provocaria a ira de muitos inimigos.

Abrão já não era mais uma pessoa comum. Deus havia entregado seus inimigos em suas mãos e fora abençoado pelo sacerdote do altíssimo, Melquisedeque.

Estas coisas criaram inimigos para Abrão, mas Deus se antecipou e garantiu proteção através de uma bela promessa que aparece pela primeira vez aqui e é repetida outras vezes, por outros homens valorosos.
Antes da promessa de ter uma grande descendência, Deus planta no coração de Abrão a semente da fé, com a promessa de proteção.

“Eu sou o seu escudo”

Davi declarou isto várias vezes, exaltando a Deus em adoração e agradecimento.
Em provérbios temos esta declaração, feita por Agur:

“Cada palavra de Deus é comprovadamente pura; ele é um escudo para quem nele se refugia.

Provérbios 30:5

Todas estas declarações afirmam a relação íntima entre proteção e fé. O Senhor se coloca como escudo protetor para aqueles que confiam Nele e agem movidos pela fé.

Em Efésios, temos a definição completa desta maravilhosa figura:

Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.

Efésios 6:16

O escudo é parte vital da armadura de qualquer guerreiro, e no mundo espiritual não poderia ser diferente.

Toda intercessão é uma batalha onde a armadura deve ser usada completamente. Nenhum item pode ser deixado de lado e o escudo é um dos principais.

Quando intercedemos, entramos em confronto direto com forças espirituais malignas que se esforçam para nos expulsar do campo de batalha.
Sabemos que o campo de batalha onde o inimigo nos ataca é a nossa mente e a arma das trevas é a mentira.

A principal maneira das trevas utilizarem esta arma são as chamadas “setas inflamadas do Maligno”. Estas setas são todas as artimanhas que são lançadas contra os intercessores, tais como: Dúvidas, medos, lembranças de pecados confessados, preocupações inúteis e memórias de situações onde o perdão já foi liberado mas que o maligno trás à nossa mente novamente para que tenhamos dúvidas sobre assuntos já resolvidos.

Esta última seta é uma das mais perigosas e por isto é a mais usada pelo Diabo.

Primeiro ele traz lembrança do assunto, depois distorce um pouco, dando importância maior do que a devida, então vem a pior parte, que é a dúvida. A distorção nos faz duvidar do perdão e nos coloca novamente na prisão da culpa. Quando estamos novamente aprisionados, nos tornamos presa fácil para outras setas que começam a vir sem parar e nos derrubam, evitando assim que continuemos a interceder.

Pessoalmente, vinha enfrentando este problema até hoje de manhã, quando o Senhor me trouxe à lembrança que Ele é o meu escudo.

Esta palavra me fortaleceu e consegui finalmente apagar esta seta que vinha me consumindo.

O perdão já foi liberado há um bom tempo mas o inimigo de nossas almas procura nos enganar com mentiras e artimanhas.

LUTANDO COM ESTRATÉGIA

O TESTUDO

Pensando como intercessores, devemos contextualizar em nossa mente o que a Palavra de Deus nos ensina sobre o escudo, então resolvi ir mais a fundo no assunto.

Vasculhando entre alguns livros que ganhei de presente e ainda não havia lido, encontrei um bem especial: Restaurando o seu escudo de fé, de autoria de Chuck D. Pierce e Robert Heidler.

A introdução fala sobre uma batalha do exército romano e a formação chamada de testudo ou formação tartaruga.

Logo em seguida, os autores afirmam que Paulo falava do escudo romano utilizado nesta formação, quando escreveu sobre a armadura de Deus na carta aos efésios.

Achei a informação extremamente interessante e resolvi averiguar se realmente procede.

Na internet, encontrei o site http://biblehub.com/, que trás estudos em diversas línguas, entre elas, o Grego.

Procurei a palavra escudo em Efésios 6:16 e busquei o estudo de concordância, que diz:

thyreós – properly, a gate or door (or "door-shaped"); used of the large, oblong ancient Roman shield (which looked like a full door), large enough to provide full protection from attack (used only in Eph 6:16).

Infelizmente, o site é em inglês. Como não sou fluente nesta língua, apelei para o Google Tradutor, que dá a seguinte tradução:

thyreós – Corretamente, uma porta ou porta (ou "em forma de porta"); Usado do grande e oblongo escudo romano antigo (que parecia uma porta cheia), grande o suficiente para fornecer proteção total contra o ataque (usado apenas em Ef 6:16).

Veja que figura maravilhosa Paulo nos trás do

Senhor Jesus como o nosso escudo.

O Apóstolo estava em prisão domiciliar em Roma, guardado por um soldado romano e sua armadura peculiar. Enquanto escrevia sua epístola sobre o crescimento da Igreja, decide comparar a armadura espiritual que Davi usou contra Golias, com a armadura do soldado que estava ali por perto.

Creio que este soldado não estava levando consigo um thyreós, pois este tipo de escudo era usado somente na formação estratégica e em batalha, não havendo necessidade de usar tal artefato na guarda de um único prisioneiro.

Mesmo assim, quando chegou no escudo, Paulo recebe esta maravilhosa revelação. Jesus é o escudo que nos protege das setas inflamadas do inimigo.

Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim.
Salmos 139:5

Para apagar as setas com pontas de fogo, não bastaria apenas um escudo comum, mas sim, um escudo especialmente projetado e uma formação planejada com estratégia de defesa e avanço.

Visualizando pela ótica da intercessão, podemos compreender melhor o verdadeiro significado da armadura de Deus que Paulo nos revela.

A batalha só pode ser vencida quando há união e o escudo certo é utilizado da maneira certa.

Na batalha da intercessão, não usamos o escudo comum, mas sim, o escudo chamado “porta” e com ele, apagamos as setas inflamadas do inimigo.

Esta “porta” era constituída de uma armação de madeira revestida com sete camadas de couro. Antes da batalha, os soldados mergulhavam o escudo na água para torná-lo mais resistente às investidas dos inimigos e apagar as “setas inflamadas”.

Graças a Deus, que nos dá direção e livramento através de Sua Palavra.

Quando estamos intercedendo, avançamos no campo de batalha em formação compacta, protegidos por nosso thyreós. Esta é a forma correta de batalhar que o Senhor nos revela através da Palavra.

Empunhamos o escudo da fé embebido na Palavra de Deus e apagamos as setas inflamadas do inimigo. Só então, avançamos e conquistamos.

Creio que, assim como estive nesta batalha por um tempo, também há muitas pessoas passando pela mesma situação.

Convido os amados intercessores para que se unam e possamos, todos juntos, clamar em favor dos que sofrem com as setas e ainda não aprenderam a empunhar o escudo.

Mas tu, Senhor, és o escudo que me protege;

és a minha glória e me fazes andar de cabeça erguida.

Salmos 3:3