11 maio 2016

Graça - Parte 2 – Intercessão



Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.
Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo.
1Timóteo 2:1-6


         Quando se fala em intercessão, logo pensamos em oração, mas na verdade, intercessão é muito mais do que apenas oração.
         Oração é um modo de interceder, mas não é a própria intercessão.
         O versículo citado na imagem acima cita 4 coisas que deveriam ser o princípio do ministério de Timóteo:
         Súplicas;
         Orações;
         Intercessões;
         Ações de Graças.
         Com este texto completo, do versículo 1 até o 6, o Apóstolo Paulo deixa uma grande lição do que significa Ministério.
         Timóteo estava começando sua vida ministerial, assumindo a responsabilidade de guiar uma comunidade inteira, que passara um bom tempo aprendendo diretamente com o próprio Apóstolo Paulo.
         A responsabilidade que foi delegada à Timóteo era muito grande e difícil de ser executada:
        
Partindo eu para a Macedônia, roguei-lhe que permanecesse em Éfeso para ordenar a certas pessoas que não mais ensinem doutrinas falsas, e que deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé.
1Timóteo 1:3-4

O novo ministro deveria mão apenas lidar com as pessoas que ainda viviam dedicadas aos ídolos pagãos, mas deveria se preocupar principalmente com a apostasia, que já causava grandes problemas desde o início da Igreja.
É assustador observar que, antes mesmo da metade do primeiro século de vida da Igreja, já existiam problemas doutrinários e se iniciavam as divisões.
O que se segue é ainda mais perturbador. Compare o que Paulo diz dos causadores de problemas daquela época, com os causadores atuais:

Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas.
1Timóteo 1:6-7

Quando peço para comparar os antigos perturbadores com os atuais, não pretendo que se tome atitudes contra estas pessoas, mas tenho em mente a mesma intenção que Paulo:

O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera.
1Timóteo 1:5

Só para acentuar, a instrução era esta:
Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças.
Os problemas daquela época e os atuais são causados pelo mesmo fator:
Falta de conhecimento. Não digo conhecimento do texto bíblico, pois os que causam os problemas geralmente são grandes conhecedores das escrituras. O que falta é conhecimento do Espírito da Verdade.

Será que com isso estamos começando a nos recomendar a nós mesmos novamente? Será que precisamos, como alguns, de cartas de recomendação para vocês ou da parte de vocês? Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.
Tal é a confiança que temos diante de Deus, por meio de Cristo.
Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus.
Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.
2Coríntios 3:1-6

Se correlacionarmos o texto de Timóteo com este de Coríntios, aprenderemos que a motivação para as recomendações de Paulo são para que Timóteo comece seu trabalho, de joelhos perante Deus, apresentando esta dura tarefa de levar estas pessoas ao conhecimento da verdade. Esta tarefa deve começar desta maneira, pois somente Deus pode transformar o coração dos homens.
Em outra carta, Paulo nos ensina até mesmo como devemos realizar esta primeira etapa do ministério:

Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra.  Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé; e oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.
Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!
Efésios 3:14-21

Desde meus primeiros dias na fé, amei tremendamente este texto, mesmo não entendendo muito bem o que quer dizer. Ainda não entendo totalmente mas, graças a Deus, tenho buscado me ajoelhar diante do Pai e também me incluir entre os que precisam ser fortalecidos.
Esta é a verdadeira súplica, oração, intercessão e ação de graças.
Quando lia este texto pensava em 4 coisas distintas, mas agora creio que são fases que atravessamos quando nos colocamos de joelhos perante o Pai.
Começamos suplicando, com o coração cheio de pesar que muitas vezes nem é totalmente pelos outros, mas inclui um pouco do peso dos problemas do dia a dia. Isto é natural e deve fazer parte do processo. Em alguns minutos este peso inicial é retirado e começamos, aos poucos, entrar na fase da oração. A primeira fase geralmente é um pouco confusa, com muitos gemidos, choro, línguas estranhas e cânticos melancólicos. A fase das súplicas lentamente vai dando lugar à oração, que se diferencia por ser mais inteligível e objetiva. Inicia-se a fase do diálogo, pois passamos não a apenas nos expressarmos, mas também começamos a querer ouvir. Esta fase bilateral é o início da fase de intercessão. Deixamos nossos próprios assuntos de lado e passamos a tratar de assuntos alheios. Não que seja errado tratar de assuntos pessoais, pois creio que devemos apresentar sempre à Deus todas as nossas causas pessoais também.
Quando confiamos em Deus, abrindo o coração e desabafando em tom confidencial, exercitamos a nossa fé e quando recebemos as respostas, crescemos e passamos a ter a verdadeira confiança para nos colocarmos como intercessores das causas das outras pessoas.

Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
Filipenses 4:6

Vemos nesta declaração do Apóstolo Paulo, que oração, súplica e ação de graças se referem às nossas próprias ansiedades. Mas a intercessão se refere aos anseios alheios. Nossa tarefa na intercessão é exatamente a de mediar um diálogo entre o Pai e a pessoa que estamos representando.
O ministério do Senhor foi mediar a libertação dos homens perante o Pai literalmente. Ele não apenas apresentou a causa, mas literalmente pagou o preço do resgate e então a causa foi declarada ganha totalmente.
Esta é a grande maravilha da intercessão que o Senhor delega para nós, que somos aqueles que Ele representou perante o Pai e representará eternamente.
Quando nos apresentamos ao Pai para interceder por alguém, estamos interagindo com a trindade divina.
O Espírito Santo nos guia no propósito e motivação, sendo o Advogado entre nós e o Senhor. O Senhor Jesus nos dá autoridade para apresentar a causa, sendo o Advogado entre nós e o pai. E o melhor de tudo é que a causa já está ganha desde a cruz, onde o Senhor bradou: Está consumado.
Nossa tarefa não é ganhar a causa ou trazer a libertação para as pessoas. Isto já foi feito por Jesus. Nossa tarefa é apenas trazer para o mundo físico, aquilo que já foi conquistado no mundo espiritual.
Por isto o Senhor nos ensinou a orar desta forma:

Vocês, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Mateus 6:9-10

Glória a Deus, Aleluia !!!!!

Nos céus, tudo já foi conquistado por Jesus, e nós só temos de reivindicar a vitória na terra.

Esta é a nossa tarefa como
intercessores.



Outra coisa que chama a atenção é a distinção que é feita entre:
         Todos os homens;
         Reis;
         Todos que exercem autoridade.
        
         Não creio que Paulo estivesse preocupado com nível social ou grau de importância de fulano ou sicrano. O que ele estava dizendo para Timóteo era que há diferenciação de responsabilidades e devemos levar isto em conta.
         Os reis e os que exercem autoridade já estavam incluídos entre “todos os homens” então para quê a repetição?
         O próprio Apóstolo responde: para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.
         Naquela época, os governantes eram extremamente cruéis e o povo de Deus, tanto Judeus quanto Cristãos era perseguido sem a menor piedade.
         Nos dias atuais, continua havendo estas perseguições em muitos lugares e nos lugares onde não há esta perseguição acentuada, podemos incluir entre os que exercem autoridade, os falsos mestres, falsos profetas e falsos líderes, que fazem o povo tropeçar por sua ganância, fazendo do evangelho negócio próprio, para fins de enriquecer sem se preocupar com a Verdade.
        
         Em todos os casos, o que Deus espera do seu povo, é que exerçamos o ministério da reconciliação, como está explícito em Sua própria Palavra:

Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.
2Coríntios 5:18-19

         Somos enviados de Jesus por toda a Terra, para dar continuidade ao que Ele fez durante Seu ministério. Pregar, expulsar demônios, curar enfermos, etc.

Pois o Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz. Sim, para admiração de vocês, ele lhe mostrará obras ainda maiores do que estas.
João 5:20
Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai.
João 14:12

Jesus está com o Pai, sendo o Sumo Sacerdote que nos garante acesso ao lugar santíssimo e o Espírito Santo está conosco, nos garantindo acesso ao Senhor.

         Qualquer ministério deve começar da maneira que Paulo ensinou a Timóteo. Com súplicas, orações, intercessões e ações de graças, e a melhor maneira de ter sucesso é seguindo a direção dada pelo Senhor:


Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação.
Então lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?”

Jesus respondeu:

“A obra de Deus é esta:
crer naquele que ele enviou”.
João 6:27-29

            A Graça de Deus nos capacitará cada vez mais, para exercer este Ministério que Ele delega à Sua Igreja. Vamos buscar a Deus e fazer a Sua vontade.
        Nunca desista de quem Deus colocou próximo de você. Nada é impossível para Deus. Suplique, ore, interceda e dê graças a Deus que nos dá a vitória.

Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
1Coríntios 15:57



Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;
Hebreus 12:14


Marcelo Tristão de Souza
Ministério Apostólico Koinonia
Guamaré/RN





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