19 julho 2017

Salvação de graça ou pela graça

Salvação de graça ou pela graça?




Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé,
e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
Efésios 2:8



            Há alguns dias atrás, estava no banho pensando na igreja do Senhor e então me veio as velhas e complicadas indagações?
            É mesmo necessário pregar tanto para crentes?
Não seria melhor nos concentrarmos mais nos que estão de fora e não desperdiçar esforços e recursos com os que já creram?
Será que os textos de Marcos 16:16 e Efésios 2:8 respondem a esta pergunta?
Após muito quebrar a cabeça com respostas prontas, me veio à memória o jantar de Jesus na casa de um dos fariseus, onde uma mulher pecadora adorou ao Senhor de maneira extremamente espontânea e extravagante, perturbando a paz do ambiente:

Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa.
Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.

            Creio que o problema não está em se ocupar com crentes ou com os que ainda não creram, mas a motivação é que deve ser questionada em todas as situações, pois a fé deve ser alimentada pelo ensino/ aprendizado contínuo, não apenas através de sermões nos domingos, mas pela convivência diária com o Espírito Santo e com os demais irmãos, fortalecendo o vínculo com o Corpo de Cristo.
            O que diferenciou a atitude desta mulher pecadora e a dos demais presentes foi a motivação em adorar ao Senhor. Isto fica claro quando Jesus se aproveita da deixa para ensinar sobre a ligação direta entre a adoração e o entendimento do perdão.

Ao ver isso, o fariseu que o havia convidado disse a si mesmo: "Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’ ".
Respondeu-lhe Jesus: "Simão, tenho algo a lhe dizer". "Dize, Mestre", disse ele.
"Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta.
Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais? "
Simão respondeu: "Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior". "Você julgou bem", disse Jesus.
Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: "Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés.
Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés.
Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama".
           
            Voltando ao ponto inicial, analisando a questão de se pregar para crentes, podemos extrair desta mensagem que devemos pregar salvação tanto para os não crentes quanto para os que já estão no caminho, pois a falta de entendimento leva as pessoas a tirar conclusões errôneas e tropeçarem em assuntos de extrema simplicidade e igual importância.
            Um observador superficial diria que há diferenciação entre pecados maiores e menores, mas não creio que seja este o ponto. O que o Senhor disse a Simão, dono da casa, foi que a mulher tinha convicção de que seus pecados eram o grande problema de sua vida, tornando-a indigna de se aproximar do Mestre, ao contrário do Fariseu, que se julgava digno de perdão.
            Esta é a diferença entre pregar para crentes e descrentes. Quase imperceptível.
            Observe a apostasia em que vivemos nestes dias e concordará comigo. Entre os que frequentam regularmente nossas reuniões, há os que se identificam mais com o fariseu e outros mais com a pecadora, mas somente a convivência diária pode revelar o nível de identificação de cada um de nós.
            O farisaísmo é a grande causa da apostasia, pois há entre nós pessoas que acabam chegando a funções de liderança sem antes terem reconhecido sua condição de pecador e há pessoas com profundo reconhecimento da graça e que não são bem vistas, pois seu comportamento extremamente espontâneo e extravagante causa perturbação da ordem.
            O evangelho pregado no início, ainda nos dias de João Batista, indo até os apóstolos, tinha como base o mesmo arrependimento genuíno e extravagante demonstrado pela mulher invasora:

Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia.
Ele dizia: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo".
Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".
Pedro respondeu: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.

            O que vemos nos dias de hoje e não somente isto, mas já há um bom tempo, é um evangelho diluído e apresentado ao gosto do freguês.
            As pessoas são levadas a crer mais em tradições do que na Palavra de Deus, e isto vem ao longo dos anos criando um corpo doente, pois o único meio de alcançar a cura é através do arrependimento, como profetizou Jeremias:
           
Ó Senhor, esperança de Israel, todos os que te abandonarem sofrerão vergonha; aqueles que se desviarem de ti terão os seus nomes escritos no pó, pois abandonaram o Senhor, a fonte de água viva.
Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo.

            A fonte de água viva de que o profeta fala é o Senhor Jesus, o verbo vivo, único caminho, verdade e vida.
            O profeta Isaías também fala sobre o arrependimento trazendo salvação:
Diz o Soberano Senhor, o Santo de Israel: "No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor, mas vocês não quiseram.

            Outro profeta que traz a mesma mensagem é Ezequiel:

"Portanto, ó nação de Israel, eu os julgarei, a cada um de acordo com os seus caminhos; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se! Desviem-se de todos os seus males, para que o pecado não cause a queda de vocês.
Livrem-se de todos os males que vocês cometeram, e busquem um coração novo e um espírito novo. Por que deveriam morrer, ó nação de Israel?
Pois não me agrada a morte de ninguém; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se e vivam!

            Vemos no exemplo destas profecias, que a mensagem de salvação sempre esteve presente, ligada diretamente ao arrependimento, então vem novamente a questão:
            Somente os não crentes devem se arrepender e crer, e a partir daí, não se preocuparem mais com o arrependimento?
            Creio que não, pois a Palavra mostra que arrependimento e perdão fazem parte do caminho do início ao fim:

Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.
Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém’.
Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará.
Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas".

            A mistura dos verdadeiramente arrependidos e dos falsos transforma nossas reuniões em ajuntamentos solenes, pois há grande mistura de luz e trevas, pois onde há falsidade há escuridão. Sobre isto, o profeta Isaías trouxe um agrave advertência que deve ser observada nos dias de hoje:

Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados e reuniões! Não consigo suportar suas assembleias cheias de iniquidade.

            O profeta Oséias completa a profecia, mostrando a vontade de Deus:

Pois desejo misericórdia, não sacrifícios, e conhecimento de Deus em vez de holocaustos.


Um bom exemplo de como deveriam ser nossos cultos está em um dos grandes ensinos do Apóstolo Paulo:

Portanto, que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja.

            Olhando para nossas reuniões solenes, não se pode encontrar muitos paralelos com o que Paulo ensina aos coríntios, talvez por a maioria dos líderes estarem sempre buscando novidades, com a intensão de não parecerem repetitivos ou estagnados.
            Aqui voltamos à atitude daquela mulher pecadora que rompeu com os parâmetros da boa ordem e costumes, não se importando com os moldes da sociedade em que vivia.
            Dentro dos quesitos apresentados por Paulo, a atitude da pecadora se encaixaria talvez no item revelação, pois o Senhor aproveitou o gancho para ensinar uma grande verdade que muitos não podem viver, pois raramente conseguem ver além do desperdício do perfume.
           
Como intercessores em favor do avivamento que está por vir, devemos apresentar constantemente, perante o Senhor, todos os que tem responsabilidades ligadas ao ensino da Palavra de Deus, tanto aos que já creram quanto aos de fora, pois somente o verdadeiro ensino pode preparar o povo para o avivamento.


Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. "Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos.
No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade.


Nossa resposta deve ser sempre esta:
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.










Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.

Jesus é o intercessor perfeito e nós somos privilegiados
por poder participar com Ele.



Marcelo Tristão de Souza
Guamaré/RN



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EU E MINHA CASA







Fiz uma rápida inspeção e imediatamente disse aos nobres, aos oficiais e ao restante do povo: "Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível, e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas". 

Neemias 4:14

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