04 dezembro 2023

Uma mesa no deserto

 


Uma mesa no deserto

Parte 1 – Moisés e Israel no Deserto

O que encontramos no deserto?

Calor, fome e solidão?

Ou uma mesa de comunhão com Deus, para ouvir e ser ouvido.

Conhecer e ser conhecido

 

            O deserto na vida cristã é inevitável e também obrigatório. Sem passar pelo deserto, seremos sempre meninos levados pelas mãos de outras pessoas.

            É nos desertos da vida onde descobrimos as verdades essenciais, que nos tornarão aptos para enfrentar as batalhas do dia a dia.

            Por isto há na Bíblia inúmeras situações envolvendo deserto, explícita ou implicitamente, cumprindo-se o que o salmista diz:

 

Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

Salmos 119:105

 

É a experiência do deserto quem vai abrir nossos olhos para ver a luz.

 

 Israel passou pelo deserto logo após sair da escravidão no Egito. Isto é uma figura da caminhada de todo cristão.

O Apóstolo Paulo nos diz que tudo o que aconteceu com Israel é sombra das coisas futuras, ou seja, é a forma de Deus ir se revelando gradualmente para nós, através da narrativa Bíblica. Não somente o que aconteceu com Israel, mas toda a escritura conhecida nos dias do Apóstolo Paulo são sombras das coisas futuras ou profecias diretas. Veja esta afirmação do Apóstolo:

 

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar,

para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;

Para que o homem de Deus seja perfeito,

e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

2 Timóteo 3:16,17

 

            Conforme os estudiosos, quando Paulo escreveu a Carta para Timóteo, talvez nenhum livro do Novo Testamento fosse conhecido da grande maioria dos Cristãos. Veja a tabela abaixo:

 

Livro

Data Aproximada

Evangelho de Mateus

60-105 AD

Evangelho de Marcos

60-105 AD

Evangelho de Lucas

60-105 AD

Evangelho de João

90-100 AD

Atos

70-105 AD

Romanos

57–58 AD

Coríntios

57 AD

Gálatas

45-55 AD

Efésios

65 AD

Filipenses

57–62 AD

Colossenses

60 AD+

Tessalonicenses

50 AD

Timóteo

60-100 AD

Tito

60-100 AD

Filemon

56 AD

Hebreus

60-90 AD

Tiago

60-200 AD

Primeira Epístola de Pedro

90-96 AD

Segunda Epístola de Pedro

100-140 AD

Epístolas de João

95-110 AD

Judas

60-100 AD

Apocalipse de São João

81-96 AD

 

            Quando Paulo diz “toda a Escritura” está se referindo ao Antigo Testamento, talvez mais diretamente ao Pentateuco. Este ensinamento sobre a linguagem Bíblica com narrativas que apontam para o futuro está presente na doutrina Paulina e também em Hebreus:

 

Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.

1 Coríntios 10:11

 

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,

ou da lua nova, ou dos sábados,

Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.

Colossenses 2:16,17

 

Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas,

nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano,

pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.

Hebreus 10:1

 

Encontrei verdadeiro prazer em ler a Palavra de Deus, quando descobri estas coisas.

Quando comecei a ver Jesus nos detalhes, a Palavra se tornou Vida e Luz.

 

Ainda em Hebreus, vemos uma grande exortação baseada na passagem de Israel pelo Deserto:

 

Portanto, como diz o Espírito Santo:

Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação,

no dia da tentação no deserto.

Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras.

Por isso me indignei contra esta geração, e disse:

Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos.

Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.

Hebreus 3:7-11

 

O salmista descreve em muitos detalhes esta situação no Salmo 78, e um ponto chave é este:

 

E falaram contra Deus, e disseram:
Acaso pode Deus preparar-nos
uma mesa no deserto?
Salmos 78:19

 

A pregunta chave desta reflexão é exatamente esta.

Cremos que Deus pode preparar-nos uma mesa no deserto,

ou preferimos reclamar e tentar a Deus?

           

Nossa caminhada cristã é a realidade da sombra descrita sobre Israel no Deserto.

            Fomos libertos da escravidão pelo nosso cordeiro Pascal, que é Jesus. Após sair do Egito, que simboliza a vida sem Deus, precisamos passar pelas águas, que simboliza o Batismo em Cristo e em Nome de Cristo, pois foi Ele quem nos justificou perante Deus, através do batismo.

            O apóstolo Paulo descreve esta figura claramente:

 

Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem,

e todos passaram pelo mar.

E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,

1 Coríntios 10:1,2

 

            Estas figuras apontam para o batismo nas águas que Deus revelou através de João Batista. O Apóstolo Paulo explica a relação entre as figuras e a vida cristã em outras passagens:

 

Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo

fomos batizados na sua morte?

De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,

como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai,

assim andemos nós também em novidade de vida.

Romanos 6:3,4

           

Israel atravessou o mar e surgiu vivo do outro lado, da mesma forma, Jesus foi morto e ressuscitou, simbolizando o batismo como morte e ressurreição.

A grande maioria dos cristãos não querem refletir nas Escrituras e preferem as interpretações sem fundamento.

Em outro texto, o Apóstolo adverte sobre as filosofias humanas e faz a analogia entre a circuncisão e o batismo:

 

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;

Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;

E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;

No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo;

Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus,

que o ressuscitou dentre os mortos.

E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne,

vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,

Colossenses 2:8-13

 

            Neste assunto, os homens novamente preferem a sabedoria humana e negam as Escrituras. O texto de Paulo deixa muito claro que o batismo nas águas é a realidade da circuncisão. Se não fosse assim, ainda teríamos de ser circuncidados à maneira de Abraão.

            Os apóstolos entenderam perfeitamente a analogia e por isto, batizavam todos os novos cristãos, em nome de Jesus, independentemente da idade:

 

Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes,

Deus o fez Senhor e Cristo.

E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração,

e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:

Que faremos, homens irmãos?

E disse-lhes Pedro:

Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo,

para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;

Porque a promessa vos diz respeito a vós,

a vossos filhos,

e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.

Atos 2:36-39

 

            Uma leitura honesta deste texto nos mostra que a dúvida era sobre a salvação, e Pedro responde exatamente isto, condicionando a salvação ao batismo “em nome de Jesus Cristo”, incluindo também os filhos.

 

Negar esta revelação é negar o plano de salvação em Cristo.

 

            Sabendo de antemão que os cristãos negariam as Escrituras da mesma forma que os Judeus, Pedro fez esta afirmação:

 

E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor;

como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu,

segundo a sabedoria que lhe foi dada;

Falando disto, como em todas as suas epístolas,

entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem,

e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.

2 Pedro 3:15,16

 

Isto é maravilhoso.

Uma profecia do Apóstolo Pedro sobre a apostasia dos primeiros cristãos

que chegou firme e forte até os nossos dias.

 

            Se não encontrarmos a mesa no deserto, viveremos andando em círculos e nos afastando cada vez mais de Deus e da Verdade.

            As roupas que não envelheceram é figura da santificação que só é encontrada na mesa.

            Os sapatos que não se desgastam é o caminhar no caminho certo, apontado pelo Senhor na mesa.

           

Ou encontramos a mesa ou perecemos.

 

 

Eu te conheci no deserto,
na terra muito seca.
Oséias 13:5

É no deserto onde Deus nos revela quem somos

 

O próprio Senhor explica claramente o motivo de passarmos pelo deserto:

 

E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração,

se guardarias os seus mandamentos, ou não.

E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná,

que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram;

para te dar a entender que o homem não viverá só de pão,

mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.

Deuteronômio 8:2,3

 

Tudo que sai da boca do Senhor se refere ao encontro na mesa no Deserto

 

Hebraico, no VT
Midbar = Lugar seco
Grego, no NT
Eremos = Lugar solitário

Deserto na cultura Hebraica: MIDBAR


Vejamos como foi o encontro de Moisés com a mesa no deserto:

 

E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
Êxodo 3:1,2

Após esta visão, Deus fala com Moisés:

E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.

E disse: Não te chegues para cá;

tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.

Êxodo 3:4,5

 

Deus ofereceu uma mesa para Moisés, e falaria com ele face a face. Na mesa do deserto, Moisés recebeu os planos para a construção do Tabernáculo e toda a Lei. Na intimidade da mesa, Moisés recebeu do Senhor todas as instruções para guiar o povo.

A geração que viu a mesa entrou na terra prometida, mas aquela que tentou a Deus no deserto, pereceu e não entrou no descanso.

Sejamos a geração que conhece a mesa e vai a ela diariamente.

 

Parte 2 – Paulo no deserto

 

O Apóstolo Paulo é outro exemplo de alguém que encontrou a mesa no deserto.

O deserto de Paulo é no estilo do Novo Testamento. Não um lugar literal, mas na linguagem grega, simbolizando solidão e encontro com Deus.

            Paulo era profundo conhecedor das escrituras e também zeloso por cumprir a vontade de Deus. O problema é que recebeu as escrituras primeiramente dos homens. Os evangelhos nos mostram como a Palavra de Deus era desprezada e a religião era corrompida pelas filosofias humanas. Foram estas escrituras distorcidas que Paulo recebeu dos religiosos de sua época.

            A corrupção o levou a interpretar erroneamente e perseguir o povo que adorava a Jesus Cristo, chegando a participar do assassinato do Diácono Estevão.

 

E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão

e açoitava nas sinagogas os que criam em ti.

E quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava,

também eu estava presente, e consentia na sua morte,

e guardava as capas dos que o matavam.

Atos 22:19,20

 

Mas ele encontrou a mesa no deserto

 

 

Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado

não é segundo os homens.

Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum,

mas pela revelação de Jesus Cristo.

Gálatas 1:11,12

 

            Aqui o Apóstolo afirma que recebeu o seu evangelho diretamente do Senhor. Como foi isto?

 

            Paulo teve um encontro com o Senhor no caminho para Damasco, no deserto, quando estava decidido a exterminar os cristãos de Damasco.

            Neste encontro, teve de ficar cego para o deus que servia e então, na escuridão do deserto de sua alma, encontrou a Luz de Cristo.

            Nos três anos seguintes, no deserto, desprezou todo o aprendizado que recebera dos homens e encontrou Cristo na Lei e nos profetas.

            Nestes três anos e nos seguintes, desenvolveu o que ele mesmo chama de “meu evangelho”, pois não o recebeu dos apóstolos, mas de Cristo.

 

Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei:

que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;

1 Coríntios 11:23

 

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,

E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

1 Coríntios 15:3,4

 

No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo,

segundo o meu evangelho.

Romanos 2:16

 

Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi,

ressuscitou dentre os mortos,

segundo o meu evangelho;

2 Timóteo 2:8

 

 

Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.

Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias.

Gálatas 1:15-18

 

            Após encontrar a mesa do Senhor e receber a revelação de que Jesus é o Deus de Israel, o perseguidor passou a ser perseguido.         

           

 

E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;
Mas somente tinham ouvido dizer:

Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía.
Gálatas 1:22,23

 

Na mesa de Deus, Paulo viu a

CRUZ de Cristo


Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12:1,2

            Este é um dos pontos mais belos da doutrina Paulina. Nós somos o sacrifício vivo. Realidade tipificada nos rituais da Lei e cumprido em Cristo.

            Paulo entendeu perfeitamente a expressão “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Tomar a cruz diariamente é o nosso caminho no deserto até a mesa do Senhor.

           

 

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo,

e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.

Lucas 9:23

 

Quando tomamos nossa cruz estamos cumprindo a figura tipificada no sacrifício de Isaque.

 

No deserto de Abraão, Deus começou a anunciar o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Nós também devemos carregar a lenha (cruz) e subir o monte todos os dias, oferecendo o sacrifício que Paulo revela em Romanos 12: 1 e 2.

 

Na mesa, Paulo entendeu quem é o verdadeiro inimigo

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados,

contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,

contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Efésios 6:12

 

 

Parte 3 - O Apóstolo João no Deserto

 

                O apóstolo João era o servo amado, mas teve de passar pelo deserto de uma maneira terrível.

 

Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino,

e paciência de Jesus Cristo,

estava na ilha chamada Patmos,

por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.

Apocalipse 1:9

           

A Ilha de Patmos, segundo a Wikipédia:

Conhecida por ser o local para onde o apóstolo João foi exilado e escreveu o livro da Bíblia "Apocalipse" — conforme consta na introdução do próprio livro —, Patmos foi usada como um lugar de banimento do Império Romano.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Patmos

 

            Nos dias de hoje, o cristianismo é visto como fonte de riqueza e prestígio, mas esta não é a realidade dos tempos de João e não deveria ser em nossos dias.

            Pregar o evangelho levou João ao deserto, mas o Senhor estava lá esperando por ele, com uma mesa maravilhosa preparada.

            O que João recebeu do Senhor na mesa foi a revelação que hoje e também no passado trouxe muito assombro à mente humana, por não examinar as escrituras e preferir as fábulas humanas.

            Todo o mistério que povoou a mente humana pelos séculos se desfaz logo na primeira expressão do Livro que João recebeu no seu deserto.

 

Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo;

Apocalipse 1:1

 

            A primeira revelação que Deus dá a João é o próprio Senhor Jesus Cristo. E que revelação é esta?

 

¹⁰ fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz,

como de trombeta,¹¹ que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro;

e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia:

a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.

¹² E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;

¹³ E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.

¹⁴ E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve,

e os seus olhos como chama de fogo;

¹⁵ E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido

refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.

¹⁶ E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.

¹⁷ E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;

¹⁸ E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.

Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

Apocalipse 1:10-18

            A experiência de Moisés, quando Deus falou com ele no deserto é muito parecida com a de João. O Eu Sou falou com eles e se revelou, apresentando-lhes a mesa de comunhão.

            Assim como Moisés e Paulo, João foi ao deserto para se encontrar com Deus e realmente encontrou-se com o Eu Sou.

            A grande revelação de Deus através dos séculos, desenvolvida gradualmente nas escrituras, é exatamente esta. O primeiro e o derradeiro. Eu Sou e não há outro.

João viu um trono e quem estava nele.

 

E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu,

e um assentado sobre o trono.

Apocalipse 4:2

E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.

Apocalipse 5:6

 

            A linguagem figurativa de Apocalipse é difícil de ser interpretada, para quem busca interpretação no raciocínio e sabedoria dos homens.

            Buscando o significado das figuras na própria Palavra de Deus, sabemos que o cordeiro é Jesus, ou seja, Emanuel, Deus conosco. O cordeiro que Deus proveu para si. O próprio Deus se oferecendo em holocausto para redimir a humanidade.

 

¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

² Ele estava no princípio com Deus.

³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

⁴ Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

⁵ E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

João 1:1-5

 

Quem ainda duvida da Palavra de Deus continua nas trevas

 

A doutrina de João é bem clara:

 

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.

Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele;

porque assim como é o veremos.

1 João 3:2

Semelhantes a quem? Deus.

Quem vai se manifestar?

Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar,

então também vós vos manifestareis com ele em glória.

Colossenses 3:4

 

João e Paulo trazem a mesma revelação:

Jesus é Deus. O único Deus.

Quem insiste em negar as escrituras, vive em trevas.

 

Outra revelação que João nos traz é sobre os detalhes da mesa no deserto

 

Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,

entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Apocalipse 3:20

 

O Senhor ofereceu uma mesa para João. 

Mas antes disto, há um contexto no verso 19

 

 

Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Apocalipse 3:19

 

O Senhor nos leva ao DESERTO para falar de AMOR

Antes de oferecer a mesa, Ele nos leva ao deserto para corrigir,

ensinar e levar ao arrependimento.

 

Este é o sacrifício diário

Este é o diálogo na mesa do Senhor

Arrependimento, conserto, cura e comunhão

 

HÁ UMA MESA NO DESERTO

 

Mas antes, precisamos ouvir o Senhor batendo ...

 

Ele bate ...

Perdoei como fui perdoado?

Ele bate ...

Tenho prazer na Lei do Senhor e medito dia e noite?

Ele bate ...

Persevero na doutrina dos Apóstolos?

Ele bate ...

Tú me amas ?

 

Na mesa estão:

 

O Pão vivo que desceu do céu

O vinho novo


Guamaré 01/12/2023

Marcelo (C)Tristão de Souza




 

 

 

 

 

 

 

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