E ninguém põe vinho novo em vasilha de couro
velha; se o fizer, o vinho novo rebentará a vasilha, se derramará, e a vasilha
se estragará. Ao contrário, vinho novo
deve ser posto em vasilha de couro nova.
Este é um
texto muito conhecido e comentado e não pretendo aqui dissecar algo que já
passa por isto há tanto tempo. O meu objetivo é simplesmente buscar uma
contextualização para a intercessão.
O contexto
que trouxe o Senhor até esta parábola foi a quebra de preceitos religiosos,
pois a discussão entre os discípulos de Jesus e os Fariseus e mestres da Lei
começou quando o Senhor se assentou à mesa com Levi.
Este era um
judeu que não gozava de respeito por parte de seus compatriotas, pois
trabalhava para os Romanos, coletando os tão odiados impostos.
Os “mestres
da Lei” e os Fariseus consideravam Levi como um homem impuro e jamais se
assentariam à mesa com ele. Quando interrogado sobre este fato, o Senhor
respondeu com uma afirmação que os deixou sem resposta:
Jesus lhes respondeu: “Não
são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao
arrependimento”.
Lucas 5:31-32
Como não
puderam retrucar, encontraram outra “falha” para apontar:
E eles lhe disseram: “Os
discípulos de João jejuam e oram frequentemente, bem como os discípulos dos
fariseus; mas os teus vivem comendo e bebendo”.
Lucas 5:33
Esta era mais
uma tentativa desesperada de acusar Jesus e seus discípulos de desobedecer os
preceitos da Lei Judaica, mas o Senhor não tinha a menor dificuldade em
apontar-lhes a hipocrisia do que diziam:
Jesus respondeu: “Podem
vocês fazer os convidados do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? Mas
virão dias quando o noivo lhes será tirado; naqueles dias jejuarão”.
Lucas 5:34-35
Para entender
melhor o quão hipócrita era a acusação sobre o jejum, vamos voltar ao tempo dos
profetas e então comparar o Jejum verdadeiro com este praticado por eles, que
se baseava apenas em deixar a refeição de lado, ou seja, apenas passar fome,
como até hoje ainda continua sendo praticado em nosso meio:
Grite alto, não se
contenha! Levante a voz como trombeta. Anuncie ao meu povo a rebelião dele, e à
comunidade de Jacó, os seus pecados.
Pois dia a dia me
procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, como se fossem uma
nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus.
Pedem-me decisões justas e
parecem desejosos de que Deus se aproxime deles.
‘Por que jejuamos’, dizem,
‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste?’ Contudo, no dia do
seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus
empregados.
Seu jejum termina em
discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como
fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto.
Será esse o jejum que
escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e
se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia
aceitável ao Senhor?
O jejum que desejo não é
este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em
liberdade os oprimidos e romper todo jugo?
Não é partilhar sua comida
com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e
não recusar ajuda ao próximo?
Aí sim, a sua luz
irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá
adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda.
Aí sim, você clamará ao
Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. Se
você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do
falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o
anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será
como o meio-dia.
O Senhor o guiará
constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e
fortalecerá os seus ossos. Você será como um jardim bem regado, como uma fonte
cujas águas nunca faltam.
Isaías 58:1-11
Esta leitura
é realmente perturbadora. Será que estou agindo da maneira que o povo nos dias
de Isaías? Será que estou fazendo a vontade de Deus ou estou sempre fazendo o
que é do meu próprio agrado?
Os discípulos
estavam vivendo dias maravilhosos, com a presença física do noivo entre eles e
não era tempo de jejuar, mas sim, era tempo de estar atento a cada Palavra e
cada gesto do Mestre. Em breve viriam os dias em que o noivo não estaria mais
fisicamente entre eles e então, nestes dias, eles deveriam jejuar conforme o jejum
prescrito no texto de Isaías.
Estes dias em
que o noivo está se preparando para a volta se estende até nossos dias, por
isto, ainda somos a geração que deve jejuar e aguardar a vinda do noivo.
Em seguida, o mestre fala sobre os odres
velhos e novos, deixando os seus adversários novamente sem resposta.
Os preceitos
ritualísticos da Lei em breve se tornariam vinho velho, pois o vinho novo
estava prestes a ser oferecido à toda a humanidade. Este vinho novo é a Graça
de Deus, que substituiria os preceitos ritualísticos da Lei e daria início ao
sacerdócio de Cristo. O Espírito Santo viria fazer morada em cada crente, assim
como vinho novo em odres e, para que isto pudesse se tornar realidade, estes
odres teriam de ser resistentes e flexíveis, caso contrário, não suportariam a
pressão e arrebentariam.
Esta é a
contextualização da parábola das vasilhas novas, ou odres novos, como queiram.
A mente
atrelada ao farisaísmo ou ao ritualismo dos mestres da Lei é como odres velhos,
que já estão endurecidos e enfraquecidos. Nos dias atuais, estes odres velhos
são representação das pessoas que já passaram por tantas coisas ruins em suas
vidas, que já estão endurecidas demais, ao ponto de dificilmente conseguirem
dar lugar à novidade de vida trazida pelo evangelho. Estas pessoas podem até
aceitar participar de igrejas por longos períodos de tempo, mas nunca
produzirão frutos, pois lhes falta a verdadeira vida.
O jejum dos
hipócritas e o jejum prescrito em Isaías nos mostra claramente o contraste
entre os odres novos e os odres velhos. Os novos receberam a renovação de vida
através da Graça e deram lugar para que o Espírito Santo moldasse suas vidas,
transformando suas mentes e levando cativo todo pensamento.
Destruímos argumentos e
toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo
todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.
2Coríntios 10:5
Os odres
velhos não suportam o vinho novo e logo se quebram, desperdiçando o odre e o
vinho.
Vemos isto
também se observarmos os movimentos avivalistas que tem surgido nas igrejas
nestes últimos tempos. Começam com muita energia, evangelizando e expandindo
suas congregações, mas logo começam os problemas e surgem os escândalos. Isto
ocorre porque os odres eram velhos e não se renovaram. O vinho novo foi servido e os odres
arrebentaram.
A preocupação
destes ministérios foi mais com o movimento exterior do que com a vida das
pessoas envolvidas nestes avivamentos. Se envolveram muito no movimento e se
esqueceram do caráter cristão.
O ensinamento
que o Senhor nos traz através deste contexto é exatamente este:
Respondeu Jesus: Digo-lhe
a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do
Espírito.
João 3:5
Para viver o avivamento que Deus está
trazendo, é necessário uma completa renovação de vida. Um novo nascimento. O
odre velho sendo transformado de dentro para fora em odre novo.
Por isso digo: vivam pelo
Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja
o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles
estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.
Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei.
Como intercessores guiados por Deus em
favor de Seu povo, temos o dever de buscar esta renovação para nossas vidas e
então, interceder por todo o povo de Deus.
Vamos
interceder por aqueles que já estão ligados ao Corpo de Cristo e também por
aqueles que ainda vão se ligar.
Vamos clamar
para que haja entendimento sobre o verdadeiro Jejum e haja cura para o povo
doente física e espiritualmente.
Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do
qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as
suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por
meio do seu Espírito, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé;
e oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam,
juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura
e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento,
para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.
Àquele que é capaz de
fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o
seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por
todas as gerações, para todo o sempre! Amém!
Efésio 3: 14-21
Esforcem-se para viver em
paz com todos e para serem santos;
sem santidade ninguém verá
o Senhor.
Hebreus 12:14
Hebreus 12:14
Marcelo Tristão de
Souza
Guamaré/RN
Compartilhando O amor
de Deus
#Intercedendo por
Amor
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