01 abril 2017

Na Presença de Deus





Não me expulses da tua presença, nem tires de mim
o teu Santo Espírito.
Salmos 51:11



            Quando participo das reuniões de intercessão, sempre foco os pensamentos na situação em que vive a Igreja Contemporânea. Peço direção de Deus para interceder pelos pontos em que Ele quer que busquemos a cura.
            Nesta semana, o que mais me intrigou foi a presença do Senhor Jesus na vida diária, em situações corriqueiras e principalmente nos momentos devocionais.
            Fico me perguntando qual será o objetivo principal da vida dos irmãos em geral, aqui na congregação, no município, Estado, País, ... Será que estamos valorizando a presença de Deus como prioridade em nossas vidas?
            Lendo o Salmo 51, vemos Davi passando por momentos de grande angústia e o verso acima nos diz qual o principal medo que afligia o coração do Rei de Israel.
            Davi sabia que o seu pecado era conhecido dos homens e de Deus e sua maior preocupação era perder o convívio diário com a presença do Senhor, pois sabia principalmente que o pecado afasta o homem de Deus.

Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte?
Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade.

            Muito tempo após o profeta Isaías falou sobre o assunto:

Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.
Pois as suas mãos estão manchadas de sangue, e os seus dedos, de culpa. Os seus lábios falam mentiras, e a sua língua murmura palavras ímpias.


            O pecado de Davi lhe causava grande angústia, a ponto de trazer dor física, pois sabia qual seriam as consequências se Deus não visse o arrependimento verdadeiro.
            Manter o convívio diário com o Senhor era a prioridade e este foi o pedido: Não me expulses da tua presença nem retires de mim o teu Santo Espírito.
            Muitas situações podem ter vindo à mente de Davi neste momento, mas creio que os fatos ocorridos com Saul estavam entre as principais.
            Saul pecou contra Deus e como resultado, não perdeu de imediato o reinado, mas perdeu a presença de Deus:

Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.
O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava.

            Para os homens, Saul ainda era Rei de Israel, mas para Deus, ele era apenas alguém comum, que não teria mais a presença do Espírito Santo.
            Através deste espírito maligno, o Senhor deu início à caminhada de Davi rumo ao trono:

Os funcionários de Saul lhe disseram: "Há um espírito maligno mandado por Deus te atormentando.
Que nosso soberano mande estes seus servos procurar um homem que saiba tocar a harpa. Quando o espírito maligno se apoderar de ti, o homem tocará a harpa e tu te sentirás melhor".
E Saul respondeu aos que o serviam: "Encontrem alguém que toque bem e o tragam até aqui".
Um dos funcionários respondeu: "Conheço um dos filhos de Jessé, de Belém, que sabe tocar harpa. É um guerreiro valente, sabe falar bem, tem boa aparência e o Senhor está com ele".
Então Saul mandou mensageiros a Jessé com a seguinte mensagem: "Envie-me seu filho Davi, que cuida das ovelhas".

Glória a Deus, pois em todas as situações há um plano para o bem,
mesmo que muitos só consigam ver o mal.

            O reinado de Saul perante os homens ainda durou algum tempo, mas para Samuel Davi já era o Rei, bastando apenas que a vontade de Deus fosse concretizada na terra como já estava no céu.
           
            Para que a vontade de Deus seja feita na terra como no céu, é necessário que o povo de Deus tenha isto por prioridade em suas vidas, assim como Jesus ensinou na Oração Modelo:

Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.

                Creio que o Senhor citou a oração acima não para que repetíssemos ponto por ponto, mas sim que tivéssemos estes pontos como prioridade em nossas vidas, mantendo o foco nas coisas que realmente são preciosas. Desta forma, nossas orações teriam muito maior relevância.

            Priorizar a vontade de Deus e o Seu Reino implica em ter a presença do Espírito de Deus como guia diário em tudo. Sem a presença do Espírito Santo em nossa vida, nem mesmo poderemos nos sentir como filhos de Deus.

Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai".
O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus.

            Pensando na presença do Espírito como essencial para a vida, comecei a perguntar:

O que será que pode ser tão forte que leva as pessoas a não priorizar o que é real e eterno, e buscar as coisas do mundo, que são como palha e logo passarão?

Creio que há muitas respostas para esta pergunta e encontrei a minha no texto de Marcos 5, mais precisamente no verso 17, mas vamos ler o contexto e procurar compreender a situação:

Eles atravessaram o mar e foram para a região dos gerasenos.
Quando Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu encontro.
Esse homem vivia nos sepulcros, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com correntes; pois muitas vezes lhe haviam sido acorrentados pés e mãos, mas ele arrebentara as correntes e quebrara os ferros de seus pés. Ninguém era suficientemente forte para dominá-lo.
Noite e dia ele andava gritando e cortando-se com pedras entre os sepulcros e nas colinas. Quando ele viu Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, e gritou em alta voz: "Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te por Deus que não me atormentes! " Pois Jesus lhe tinha dito: "Saia deste homem, espírito imundo! "
Então Jesus lhe perguntou: "Qual é o seu nome? " "Meu nome é Legião", respondeu ele, "porque somos muitos". E implorava a Jesus, com insistência, que não os mandasse sair daquela região.
Uma grande manada de porcos estava pastando numa colina próxima. Os demônios imploraram a Jesus: "Manda-nos para os porcos, para que entremos neles". Ele lhes deu permissão, e os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos. A manada de cerca de dois mil porcos atirou-se precipício abaixo, em direção ao mar, e nele se afogou.
Os que cuidavam dos porcos fugiram e contaram esses fatos na cidade e nos campos, e o povo foi ver o que havia acontecido.
Quando se aproximaram de Jesus, viram ali o homem que fora possesso da legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo; e ficaram com medo. Os que o tinham visto contaram ao povo o que acontecera ao endemoninhado, e falaram também sobre os porcos.
Então o povo começou a suplicar a Jesus que saísse do território deles.
Quando Jesus estava entrando no barco, o homem que estivera endemoninhado suplicava-lhe que o deixasse ir com ele.
Jesus não o permitiu, mas disse: "Vá para casa, para a sua família e anuncie-lhes quanto o Senhor fez por você e como teve misericórdia de você".
Então, aquele homem se foi e começou a anunciar em Decápolis quanto Jesus tinha feito por ele. Todos ficavam admirados.

Os fatos descritos acima são suficientes para dar nó na mente de muitos teólogos, mas graças a Deus não sou teólogo e posso procurar ver o contexto sem me apegar às minúcias.
            O que mais importa para esta reflexão é o seguinte:
Criar porcos: Os habitantes da região criavam porcos mesmo sendo judeus, o que dá a ideia de que eram servos dos romanos e criavam porcos para eles e para outros povos que habitavam em Israel. Sendo assim, os porcos, no contexto, simbolizam a situação de servidão que a região estava vivendo.
O endemoninhado: Este foi ao encontro de Jesus certamente buscando libertação, mas os demônios que lhe atormentavam e também exerciam certa autoridade em toda a região, pediram para permanecer e foram para os porcos, que se jogaram ao mar.
O povo: a reação das pessoas é o que chama a atenção e esclarece algo muito sério sobre a realidade desde aqueles dias até hoje.
A presença de Jesus trouxe a libertação completa para o homem que estava atormentado por tanto tempo e trouxe a libertação do domínio daquela legião de demônios em toda a região, mas a reação do povo foi absurda.
            Mesmo estando perante o Senhor Jesus, eles preferiram que Ele se retirasse e os deixasse voltar à servidão, preferindo os porcos à presença de Jesus.


Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele".
Disse então Judas ( não o Iscariotes ): "Senhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo? "
Respondeu Jesus: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada.


            Trazendo esta situação para a vida comum, podemos tirar conclusões contundentes.
            Quantos de nós já viram coisas maravilhosas acontecerem somente por causa da presença do Senhor e fomos tocados e curados e libertos, mas a servidão nunca deixou de rondar e tentar tomar o lugar que ocupava antes de conhecermos o poder da presença do Senhor?
            É uma pergunta retórica, mas que deve ser levada muito à sério. Procure responder com toda a sinceridade, vasculhando lá no fundo dos seus sentimentos para ver se encontra seus próprios porcos se debatendo para voltar à tona.
            Não se assuste se encontrar alguns ou muitos, pois até mesmo o Apóstolo Paulo vivia a luta constante contra seus próprios porcos e nos mostra que lutar é normal e vencer é preciso:

Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.
Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim.
Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.
Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado.


            Este é o grande conflito que ocorreu na mente daquelas pessoas que não podiam suportar a presença de Jesus em sua cidade, pois isto implicava em abandonar totalmente a servidão e viver a liberdade.
            Infelizmente, o exemplo de Paulo não é entendido nem seguido por muitos.
            Sempre que buscamos viver a liberdade, os nossos porcos tentam se opor e nos levar de volta à servidão, mas Jesus nos enviou Seu Espírito exatamente para que pudéssemos vencer esta batalha:

Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade.
2 Coríntios 3:17

Devemos lutar bravamente contra os porcos, para que a presença do Senhor seja constante em nossas vidas.


Esta é a motivação da intercessão que o Senhor colocou em meu coração:
Que possamos ver a libertação de nossa cidade, da mesma forma que o Senhor libertou Gadara.
Somente a presença de Jesus trará a liberdade que tanto precisamos para que o Reino de Deus avance e a vontade de Deus seja feita na terra como no céu.

            Para que isto aconteça, precisamos interceder uns pelos outros, para que vençamos diariamente a luta do Espírito contra a carne, da Presença contra os porcos, da vida contra a morte, da liberdade contra a servidão.
                   Cada um de nós tem seus próprios porcos, podendo ser um vício que parece impossível de deixar, o amor pelos melhores lugares, a busca por cargos e títulos, a ânsia por bens materiais, etc...

Obs: Não se assuste se o chefe dos porcos tiver a tua cara. Qualquer semelhança é pura verdade.

            Não importa o que esteja disputando o lugar do Senhor no coração, mas o que realmente importa é que o evangelho é poder de Deus para nossa libertação.

Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.

Só ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas.

E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará".


            Medite na mensagem de Tiago e interceda pela Igreja do Senhor Jesus, para que esta Palavra se cumpra em nossas vidas e vivamos a Lei perfeita que traz a liberdade:

Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.
Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo,
sai e logo esquece a sua aparência.
Mas o homem que observa atentamente
a lei perfeita que traz a liberdade,
e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o,
será feliz naquilo que fizer.


se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.

Ora, o Senhor é o Espírito e,
onde está o Espírito do Senhor,
ali há liberdade.
2 Coríntios 3:17




           



Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.

Jesus é o intercessor perfeito e nós somos privilegiados
por poder participar com Ele.



Marcelo Tristão de Souza
Guamaré/RN


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