03 maio 2016

Exército de Deus - Parte 07 - A armadilha do medo





Por fim os oficiais acrescentarão: "Alguém está com medo e não tem coragem? Volte ele para sua casa, para que os seus irmãos israelitas também não fiquem desanimados".


           Chegamos ao último item que os oficiais deveriam examinar para constatar se o soldado estava realmente apto para a batalha.
                Quem passou pelos testes anteriores, onde foram analisadas suas situações com referência à casa nova, vinha e noivado, agora seria testado com relação aos seus sentimentos mais profundos:

O medo e o desânimo.

                No início da promulgação da Lei sobre as guerras, já fora dito pelos sacerdotes que Deus pessoalmente iria à frente e por isto, não deveriam temer, mesmo se vissem que o inimigo tinha mais potencial bélico. A repetição desta ordem sobre medo parece desnecessária, mas se olharmos novamente para os itens anteriores, veremos que as possibilidades de morrer em batalha eram grandes, pois todos os três demonstram a preocupação com a morte em batalha.
                As afirmações dos oficiais certamente poderiam despertar profundas sensações de insegurança para com o futuro e agora lhes era feita mais esta pergunta. Após tanta preocupação com relação à volta em segurança, o Diabo certamente se aproveitaria para plantar as sementes do medo e desanimo e por isto, esta indagação visava externar nos soldados uma declaração de fé e coragem, para então, quebrar qualquer intenção de retroceder.
                Todos os questionamentos feitos pelos oficiais exigiam a resposta clara e objetiva e este último, mais do que os anteriores. Era necessário mexer com os sentimentos de cada um e leva-los a tomar a decisão em alta voz, para que eles mesmos pudessem ouvir as próprias vozes.
                Uma declaração de fé seria necessária, para tirar toda a dúvida antes de partirem para a batalha, pois se fossem atacados pelo medo durante a batalha, haveria grande risco de que este medo e desânimo contaminasse muitos e causasse a derrota.
                A importância da coragem é ressaltada várias vezes durante a tomada das terras de Canaã, pois o Senhor repete três vezes para Josué que este não temesse, mas tivesse confiança na vitória dada pelo próprio Deus de Israel:

E disse o Senhor a Josué: "Não tenha medo! Não se desanime! Leve todo o exército com você e avance contra Ai. Eu entreguei nas suas mãos o rei de Ai, seu povo, sua cidade e sua terra.

E disse o Senhor a Josué: "Não tenha medo desses reis; eu os entreguei nas suas mãos. Nenhum deles conseguirá resistir a você".

E o Senhor disse a Josué: "Não tenha medo deles, porque amanhã a esta hora entregarei todos mortos a Israel. A você cabe cortar os tendões dos cavalos deles e queimar os seus carros".

                Além de encorajar seu povo, o Senhor encheu os inimigos de pavor, pois as notícias da derrota do Faraó e de outras vitórias anteriores corriam toda a região.

Antes dos espiões se deitarem, Raabe subiu ao terraço e lhes disse: "Sei que o Senhor lhes deu esta terra. Vocês nos causaram um medo terrível, e todos os habitantes desta terra estão apavorados por causa de vocês. Pois temos ouvido como o Senhor secou as águas do mar Vermelho perante vocês quando saíram do Egito, e o que vocês fizeram a leste do Jordão com Seom e Ogue, os dois reis amorreus que aniquilaram.
Quando soubemos disso, o povo desanimou-se completamente, e por causa de vocês todos perderam a coragem, pois o Senhor, o seu Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.

                Vemos com isto que haviam dois grandes motivos para terem grande coragem, pois Deus infligia grandes derrotas aos inimigos perante os olhos de todos eles e ainda espalhava terror nos corações dos povos muito antes das batalhas. É incrível ver que, mesmo assim, as ordens para que não temessem continuam por toda a história de Israel. Mesmo presenciando o grande poder de Deus, eles ainda precisavam de encorajamento antes de todas as batalhas.
                Trazendo isto para a Igreja, que vive debaixo da Graça de Deus e da direção do Espírito Santo, é mais espantoso ainda que haja tanta necessidade de que o Senhor precise encorajar o seu povo para que este entre em batalhas de intercessão.
                Vemos o grande interesse que a maioria dos cristãos demonstram por presenciar o poder de Deus em ação, mas quando se esclarece que este poder só está disponível para grupos dedicados à oração intercessora que se humilham e se entregam totalmente em prol da causa dos outros, intercedendo com extremo amor por pessoas que sequer conhecem, este interesse diminui instantaneamente.
                O que afasta as pessoas da intercessão é exatamente a inversão de valores. A maioria acredita que pode receber bênçãos de Deus apenas contando com a bondade divina, mas não é isto que bondade significa.
                Certamente que Deus é bom, mas abençoar sempre pessoas que não se esforçam em nada para ajudar aos outros e nem mesmo se preocupam em compartilhar as bênçãos recebidas não seria bondade e sim irresponsabilidade.
                O amor está muito mais ligado à educação sadia do que à satisfação das necessidades, e é exatamente este amor que Deus compartilha com Seus filhos. Não seria justo nem mesmo com o filho que é abençoado se a vida fosse só de bênçãos. Isto só produz pessoas fúteis.
                Mas o amor de Deus consiste em nos guiar no crescimento sadio e fortalecimento físico e espiritual, nos preparando para toda boa obra, mesmo que isto exija correções:

Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.

                A psicologia aponta a ansiedade como o menor grau do medo e o pavor como o maior, por isto vemos a preocupação do Senhor em nos advertir contra a ansiedade, dando a garantia do cuidado contínuo do Pai por nossas vidas, tendo como contrapartida a busca pelos interesses do Reino de Deus.
                Vejamos o conceito psicológico e depois a resposta de Jesus a este problema:

O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.
É também uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera hormônios do estresse (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade. Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que possa lhe causar algum mal. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, no qual, o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medo
               
                Agora veja a resposta de Jesus a isto:
"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?
Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.
Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’
Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal".

                Se a ansiedade é o início de todo o medo, a resposta do Senhor é mais do que suficiente para erradicar totalmente este mal. O Apóstolo Paulo aprendeu muito bem este princípio e ensinou à Igreja com estas palavras maravilhosas:

Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.

Este é o grande segredo da Graça em nossas vidas.
A confiança.

                Confiar em Deus nos faz livres para interceder pela vida das outras pessoas e deixarmos nossos problemas de lado, sabendo que tudo está sendo tratado pelo mesmo Senhor.
                Os intercessores confiam totalmente no Senhor e por isto, gastam poucos minutos apresentando seus pedidos e horas apresentando os problemas e anseios de outros irmãos.
                Por este motivo, o nome do Blog é “Intercedendo por Amor”.
                Quando iniciei este projeto de meditar e compartilhar reflexões sobre intercessão, o primeiro pensamento foi exatamente o Amor de Deus, que excede todo o entendimento. Sei que a afirmação acima parece estranha, pois poucas pessoas conseguem deixar de lado seus próprios problemas para se preocupar com os outros, mas desde cedo aprendi que a fé tem um pouco de loucura para quem ainda não vivencia os resultados da vida de intercessão.
                Entre os inúmeros benefícios, o que mais me empolga é sentir fluir o amor e a paz de Deus ao ver a mudança na situação de alguém que Deus me desperta para interceder. É uma sensação indescritível e por isto insisto tanto em buscar por mais pessoas que se dediquem a esta tarefa maravilhosa.
                Infelizmente, o Diabo usa a ansiedade e o medo já amadurecido para afastar as pessoas do propósito de Deus.
                Cabe aos intercessores combater esta armadilha demoníaca com muita oração e súplica.
                Nosso país vive momentos de grandes expectativas. A crise político-econômica está tomando proporções nunca antes imaginadas e não sabemos onde isto pode nos levar.
                É exatamente nestes tempos de crise que o Senhor começa a levantar pessoas para interceder. Se a situação requer a intervenção do Senhor, é através da intercessão que esta intervenção virá.

Para que Interceder?
Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.
Efésios 3:10-12

                A batalha que deve ser travada não é física, mas sim espiritual, pois somente Deus pode mudar esta situação de maneira satisfatória. Quando a Palavra de Deus nos diz que a luta não é contra carne e sangue, é exatamente isto que devemos entender. O que vemos no nosso país é o reflexo de uma grande batalha que está se desenrolando nas regiões celestiais.

Efésios

                Quanto mais cristãos participarem desta batalha, mais rápido e maravilhoso será o desfecho.
                A maioria das denominações cristãs cita muitas vezes o texto sobre a armadura de Deus, mas são poucas que incentivam seus membros a tomarem posse desta Palavra e entrarem na Batalha.
                Uma mensagem tão maravilhosa e tão mal interpretada!
                Mesmo a oração que o Senhor nos deu como exemplo, em Mateus, capítulo 6 nos fala sobre estes tempos de crise.
                Venha o Teu Reino e seja feita a Tua vontade passa pelas regiões celestiais e é necessário que toda a Igreja do Senhor esteja envolvida nesta batalha, para que esta oração se cumpra.
                Toda a oração nos aponta para a batalha.
                Venha o Teu Reino;
                Seja feita Tua vontade;
                O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
                O perdão para nós e para os outros;
                A proteção contra as tentações e o mal.

                Esta oração que é repetida por muitos como se fosse um mantra para trazer boa sorte, na verdade é uma preparação para a guerra.
                É uma ótima maneira de se iniciar nossos momentos de intercessão, pois não devemos apenas orar da maneira que está escrito na Palavra e sim, meditar em cada ponto citado nesta oração. Fazendo isto, em alguns minutos estaremos totalmente imersos na atmosfera da intercessão, sendo guiados pelo Espírito Santo em motivações realmente eficazes, conforme o Senhor quer que façamos.

Intercessão de hoje:
Vamos interceder por mais intercessores

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