13 maio 2016

O sinal de Jonas





Ele respondeu: Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso!
Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas.
Mateus 12:39

            É chocante a forma como o Senhor se refere à geração que lhe pedia sinais. Perversa e adúltera.
            Eis duas palavras que tirariam o sono de qualquer um que soubesse o nível de autoridade daquele que estava diante deles. Mas se observarmos o significado daquelas duras palavras, veremos que havia muito mais do que uma repreensão na intenção do mestre.

Perversão vem do latin pervertere que corresponde o ato ou efeito de perverter, tornar-se perverso, corromper, desmoralizar, depravar, alterar. É um termo usado para designar o desvio, por parte de um indivíduo ou grupo, de qualquer dos comportamentos humanos considerados normais e/ou ortodoxos para um determinado grupo social.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Adultério (do Latim adulterǐum) é a prática da infidelidade conjugal. Com o tempo, o termo estendeu-se ao sentido de fraudar ou falsificar, adjeta ao verbo "adulterar".

            Podemos ver através do significado destas palavras, que Jesus estava se referindo às práticas religiosas daquele povo e não apenas à sua conduta social.
            Aquele era o povo que Deus havia tirado do Egito e entregado a Lei. Deveriam ser a herança do Senhor no meio de um mundo corrompido, separados para Ele, cumprindo e ensinando todos os mandamentos. Mas o que foi encontrado quando o Messias finalmente veio para cumprir a Lei?
            Perversão e adultério. A Lei estava totalmente pervertida e havia sido substituída pela vontade dos homens. Praticavam adultério quando trocavam o amor de Deus pelas suas próprias cobiças. Era isto que o Senhor estava contemplando perante seus próprios olhos. Perversão e adultério.
            Esta observação do Senhor veio em resposta a um pedido malicioso, feito por líderes corrompidos que só queriam um pretexto para acusa-lo de blasfêmia:

Então alguns dos fariseus e mestres da lei lhe disseram: "Mestre, queremos ver um sinal miraculoso feito por ti".

            Estes homens já haviam visto grandes sinais, mas seus corações continuavam cheios de perversão e adultério. Não queriam admitir que Deus operava pessoalmente entre eles, pois isto os obrigaria a abandonar todo o sistema religioso corrompido e falido e se voltar para a vontade de Deus. Perderiam seu “status” de líderes e passariam a ser o que realmente deveriam ser, isto é, servos.
            Quem eram estes homens que o Senhor chamava de geração perversa e adúltera? Em outras traduções, encontra-se fariseus e escribas:

Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico. A palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos".
Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.

Escribas na Bíblia
Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (cf. Mateus 22,35; Lucas 5,17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, eles eram bem sucedidos ao que faziam e sabe-se que tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes seitas, tais como os fariseus (a maioria), saduceus e essênios.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escriba


            As definições acima nos mostram que estes eram os homens que deveriam estar se alegrando com o cumprimento das profecias sobre a vinda do Messias, mas na realidade, eram os maiores opositores do Senhor, pois estavam totalmente corrompidos, tendo transformado a Lei em algo sem valor real, servindo apenas aos seus caprichos políticos e religiosos.
           
            Jesus enfrentava estes corruptos diariamente mas nunca se deixou intimidar por eles. Era chegado o tempo em que a Lei seria substituída pela Graça e o cordeiro definitivo já estava se encaminhando para o local do holocausto. A Lei serviu aos seus propósitos e agora, uma nova aliança estava prestes a ser firmada. A Lei não havia falhado, mas os homens que deveriam ser os guardiões estavam totalmente perdidos em seus delitos e pecados. Se diziam os verdadeiros guardadores da Lei, mas na realidade, haviam tropeçado no primeiro mandamento e com isto invalidavam todo o restante.

Não terás outros deuses diante de mim.

            Por mais que estes homens se julgassem perfeitos seguidores da Lei, eles haviam tornado a própria Lei como o seu deus, substituindo o verdadeiro Deus por suas próprias interpretações egoístas da Lei.
            Quando indagado sobre os mandamentos da Lei, o Senhor respondeu de maneira maravilhosa, resumindo os dez mandamentos em apenas dois mas sem tirar a essência preciosa do que o Pai enviara:

E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

            Encontrei uma explicação bem simples e coerente sobre este assunto:

Veja que os quatro primeiros mandamentos de Êxodo 20 estão representados pelo primeiro grande mandamento de Jesus que refere-se ao nosso amor a Deus; e os seis últimos de Êxodo 20:3-17 estão representados pelo segundo grande mandamento de Jesus, com relação ao nosso próximo.

            Se não conseguiam amar a Deus, muito menos amariam o próximo e isto fazia com que a Lei fosse vista pelo povo como hipocrisia.
           
Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.

            Em resumo, os homens que deveriam ser os grandes exemplos de amor e dedicação, não passavam de hipócritas e gananciosos.
            Para estas pessoas, o Senhor declarou que só poderiam ter o sinal do Profeta Jonas, ou seja, o sacrifício definitivo que acabaria com o sistema religioso daqueles dias e daria início à Nova Aliança.
           
Ele respondeu: "Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso! Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas.
Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra.

            Creio que o próprio Diabo não conseguia entender o que o Senhor estava afirmando, pois se entendesse, não teria levado Jesus até a cruz. A morte e ressurreição eram o plano de Deus e sem isto, não haveria legitimidade para a Aliança, pois o pecado deveria ser expiado definitivamente e a morte vencida também definitivamente. O plano de Deus era uma incógnita para os religiosos, para o povo e também para o mundo espiritual. Somente Jesus e o Espírito Santo conheciam por completo o que estava no coração do Pai.
           
            Uma característica marcante do plano de Deus é que, no decorrer dos séculos anteriores, muitas alternativas poderiam ter sido eficazes para erradicar o mal do mundo, mas Deus jamais se desviou de sua promessa realizada à Eva, logo após a queda, no jardim do Éden. A alternativa mais radical seria enviar dilúvios até que o homem se dobrasse ou então, reiniciar a humanidade partindo de uma pessoa boa como Moisés, por exemplo, ou então Davi, ou Daniel, ou mesmo qualquer outro que tenha sido exemplo de amor e  dedicação à Deus. Mas o plano do Pai era radicalmente amoroso, apesar de parecer impossível suportar toda a dor que este amor traria. A descrição em Isaías 53 e no Salmo 22 previam um plano de redenção marcado pela dor e sofrimento e que não foi nem um pouco compreendido até que foi totalmente cumprido por Jesus. Veja a maneira maravilhosa que o apóstolo Paulo descreve o desenrolar deste plano e nos exorta a dar continuidade:

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

            Assim como Adão desobedeceu à Deus e deu lugar ao Diabo e o pecado, Jesus obedeceu completamente ao Pai e desfez o mal que havia no mundo.
            Quando olhamos para o livro de Jonas, vemos claramente que o profeta não obedeceu à ordem de Deus por faltar amor em seu coração. Quando olhava para aquele povo que Deus queria salvar, Jonas somente conseguia sentir ódio e medo, o que, neste caso, é praticamente a mesma coisa, pois o ódio é gerado pelo medo que estes bárbaros causavam em todos os que ouviam falar das atrocidades que cometiam como parte de sua cultura. Mesmo após realizar o propósito e entregar a mensagem, seu coração permanecia cheio de raiva, não entendendo o propósito de tudo o que estava acontecendo.
            Assim como faltava amor ao profeta Jonas para compreender o amor de Deus, aqueles homens nos dias de Jesus também não tinham, amor em seus corações para compreender que somente Deus poderia realizar os sinais que Jesus realizava. Por isto, a declaração de que só teriam o sinal do profeta Jonas.
            Afinal, o que significa este sinal?

AMOR

Eis aí o real significado do sinal do Profeta Jonas. Deus amava os ninivitas e enviou seu profeta para evitar a destruição daquele povo gentio. Da mesma forma, Jesus foi enviado por Deus para trazer a salvação a todos os povos:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

O amor de Deus foi o fundamento de todo o plano da salvação e por isto, não pode ser compreendido pelos homens e nem mesmo pelos seres espirituais, já que o amor de Deus excede todo o entendimento e só pode ser conhecido por revelação do próprio Deus. Mesmo após a ressurreição de Cristo, este plano continua a se desenrolar através da Igreja e a revelação continua sendo dada conforme as promessas e profecias vão se cumprindo:

Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.
A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.

            Diante da tamanha revelação, o que podemos e devemos fazer? Viver a vida que o Pai nos deu em Cristo Jesus e levar ao mundo a mensagem do amor revelado no sinal do Profeta Jonas. Nosso Senhor morreu, ficou três dias no ventre da terra triunfando sobre o pecado e ressuscitou triunfando sobre a morte. Da mesma forma, todos podemos vencer o pecado e a morte pela fé em Cristo.


Intercessão de hoje:
Que possamos viver a verdade revelada pelo Senhor Jesus Cristo.
E que o amor de Deus transborde em nossas vidas e toque aos que estão perecendo sem amor e sem Deus.
Que sejamos o sinal de Jonas para esta geração.




Ó Brasil, eu coloquei vigias sobre os seus muros.
Eles vão orar a Deus sem parar, pedindo que Ele cumpra suas promessas.
Vocês, vigias, orem sem parar, não se entreguem ao repouso,
não lhe deem descanso até Ele firmar o Brasil
e torná-lo famoso e respeitado por toda a terra.
Isaías 62:6-7


Marcelo Tristão de Souza
Guamaré/RN


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