29 maio 2016

Intercedendo pelos “sem esperança”

Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.
Romanos 10:17




Intercedendo pelos “sem esperança”



Responde-me quando clamo, ó Deus que me fazes justiça! Dá-me alívio da minha angústia; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
Salmo 4:1


            Quantas vezes passamos por esta situação. Angústia, injustiça, dor, solidão, impotência. A oração se transforma primeiro em clamor, depois em pranto e finalmente, gemidos. Creio que foi mais ou menos esta a sequencia na vida de Ana, quando clamava a Deus por um filho. 

Enquanto ela continuava a orar diante do SENHOR, Eli observava sua boca.
Como Ana orava silenciosamente, seus lábios se mexiam mas não se ouvia sua voz. Então Eli pensou que ela estivesse embriagada e lhe disse: “Até quando você continuará embriagada? Abandone o vinho!”
Ana respondeu: “Não se trata disso, meu senhor. Sou uma mulher muito angustiada. Não bebi vinho nem bebida fermentada; eu estava derramando minha alma diante do SENHOR.
Não julgues tua serva uma mulher vadia; estou orando aqui até agora por causa de minha grande angústia e tristeza”.   
1Samuel 1:12-16

            A maioria de nós já passou por uma situação assim. Talvez não igual à Ana, mas alguma situação que nos trouxe os mesmos sentimentos e levou ao mesmo tipo de oração, chegando a se perguntar se não seria um vaso sendo quebrado não pela mão de Deus, mas pelas mãos do próprio Diabo. Como diz o velho dito popular, “comendo o pão que o Diabo amassou”.
            Infelizmente, as dificuldades e sofrimentos fazem parte da vida de qualquer pessoa, e o que faz a diferença é a maneira como encaramos estes momentos. Em primeiro lugar, a diferença está exatamente na visão. Vemos o diabo amassando o pão ou vemos o Senhor nos moldando?
            Quem fez a oração citada acima, no Salmo 4 foi simplesmente o próprio rei Davi. O momento não era nada bom para este homem tão amado por Deus. Quando lemos a história de Davi e os Salmos que ele escreveu, vemos um ser humano em toda a sua totalidade. Coragem, força, quebrantamento, dor, angústia, fé, paciência, esperança, perseverança ...
            Nos Salmos vemos diversos momentos em que a dor parecia dominar totalmente a vida de Davi, mas sempre que há declarações de profunda dor e angústia, logo em seguida há declarações de confiança e esperança em Deus.
            É exatamente esta a diferença de visão entre a pessoa que busca a Deus e os que estão cegos pelas coisas que há no mundo.
            No livro de Samuel, também temos um belo Salmo de Davi que ilustra perfeitamente o que estou afirmando:

Davi cantou ao SENHOR este cântico, quando ele o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo: “O SENHOR é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é a minha rocha, em que me refugio; o meu escudo e o meu poderoso  salvador. Ele é a minha torre alta, o meu abrigo seguro. Tu, Senhor, és o meu salvador, e me salvas dos violentos.
Clamo ao SENHOR, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.
“As ondas da morte me cercaram; as torrentes da destruição me aterrorizaram.
As cordas da sepultura me envolveram, as armadilhas da morte me confrontaram.
Na minha angústia, clamei ao SENHOR; clamei ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz; o meu grito de socorro chegou aos seus ouvidos.
2Samuel 22:1-7
           
            E nós, como enfrentamos os nossos momentos de dificuldades?
            Confiamos em Deus ou nos homens? Confiamos em Deus ou na nossa própria força?
            A motivação de intercessão que o Senhor tem colocado em meu coração é esta:

Interceder por amor aos que estão sofrendo e colocando as esperanças em coisas inúteis.





Espero no Senhor com todo o meu ser, e na sua palavra ponho a minha esperança.
Salmo 130:5
           
            Há muitos motivos para interceder, mas creio que este é extremamente urgente.
            Convido o amado leitor a entrar nesta batalha que não será simples, mas temos sempre a certeza de que o Senhor estará conosco.
            Olhe com atenção especial para os que estão à sua volta. Não com olhos naturais, mas peça a Deus que te mostre o que Ele quer que você veja. Peça a Deus para sentir o que Ele sente por estas pessoas que estão no teu “círculo social”.
            Parece loucura, mas te digo com toda a certeza, que o Senhor procura por pessoas que estejam dispostas a fazer exatamente isto.
            Deixem de lado por algum tempo, as orações que estão acostumados a fazer. Não estou dizendo que a maneira de orarem esteja errada. O que digo é que há urgência em entrar num nível diferente de oração.
            É hora de não apenas citar em oração os problemas que vemos diariamente, mas nos colocarmos entre Deus e as pessoas que estamos vendo sofrer. É hora de clamar como se o sofrimento destas pessoas fosse o nosso.
            Neste momento, alguns podem pensar que esta função é de Jesus ou do Espírito Santo, pois isto é o que é ensinado pela maioria das Igrejas, mas infelizmente, este ensino é incompleto.
            Veja estas declarações e medite na aplicação prática para nossas vidas:

Nesse dia, vocês pedirão em meu nome. Não digo que pedirei ao Pai em favor de vocês, pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus. 
João 16:26

Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.
João 14:26

Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.
Romanos 8:26-27

O que vejo nestas declarações é:
Temos uma grande responsabilidade.

            O ministério do Senhor foi profundamente marcado pela oração intercessora, mas não foi este aspecto de intercessão o propósito da vinda do Senhor.
Interceder foi o próprio ministério de Jesus, pois interceder é mediar e foi exatamente isto que Ele fez. Se colocou entre Deus e os homens, pagando pela dívida que nunca poderíamos pagar e nos dando a total libertação e acesso ao Pai.
            O ato de mediação realizado por Jesus é um tipo de intercessão que não compete a nós, mas temos nossa tarefa de intercessão que nos é dirigida pelo próprio Senhor.
            Quando Jesus diz que devemos pedir ao Pai em Seu nome, está nos dando autoridade para nos dirigirmos diretamente ao próprio Deus, acompanhados pelo nosso Sumo Sacerdote, que está lá no lugar santíssimo exatamente para garantir nossa entrada e mediar a audiência da mesma maneira que faz um advogado.
            A mediação de Jesus trouxe a Salvação e a volta do diálogo entre o homem e Deus, que estava rompido desde o Éden. Há muitas referencias à salvação no VT, mas gosto muito da declaração de Eliú para Jó:

Sua alma aproxima-se da cova, e sua vida, dos mensageiros da morte.
Havendo, porém, um anjo ao seu lado, como mediador dentre mil, que diga ao homem o que é certo a seu respeito, para ser-lhe favorável e dizer: ‘Poupa-o de descer à cova; encontrei resgate para ele’, então sua carne se renova voltando a ser como de criança; ele se rejuvenesce. Ele ora a Deus e recebe o seu favor; vê o rosto de Deus e dá gritos de alegria, e Deus lhe restitui a condição de justo.
Depois ele vem aos homens e diz: Pequei e torci o que era certo, mas ele não me deu o que eu merecia. Ele resgatou a minha alma, impedindo-a de descer à cova, e viverei para desfrutar a luz.  Deus faz dessas coisas ao homem, duas ou três vezes, para recuperar sua alma da cova, a fim de que refulja sobre ele a luz da vida.
Jó 33:22-30

            Se devemos pedir sempre em nome de Jesus, então podemos nos colocar “dentre mil”, como diz Eliú. Estamos inseridos neste contexto na expressão “anjo” que, neste contexto, é exatamente alguém enviado e creio que somos todos enviados por Jesus para representá-lo e fazer as coisas em Seu nome.
            O texto é uma profecia sobre Jesus como o anjo mediador, mas devemos levar a sério as declarações de que somos o corpo de Cristo, fazendo Sua obra neste mundo, sendo Ele próprio a cabeça que guia este corpo, e o Espírito Santo é quem vivifica.
            Jesus está junto do Pai, como nosso Suma Sacerdote e o Espírito Santo está dentro de nós, garantindo em nosso espírito, alma e corpo, que Jesus é o nosso Senhor.

Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.
Romanos 8:26-27

            É hora de olhar para estas declarações e assumirmos a posição que o Senhor espera de nós. O Espírito Santo está em nós para no ajudar nesta tarefa. É Ele quem nos direciona em todas as coisas. É ele quem conhece as necessidades dos que estão à nossa volta. É Ele quem quer nos revelar os propósitos para a oração intercessora e é Ele, o próprio Espírito Santo, quem anseia orar em intercessão, juntamente conosco.
            Chega de orações centradas em nossos próprios problemas e sentimentos egoístas.

Deixe o Espírito Santo te guiar e orar contigo.


Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Hebreus 6:19-20

Por isso, eu lhes afirmo que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: “Jesus seja amaldiçoado”; e ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, a não ser pelo Espírito Santo.
1Coríntios 12:3


O que vejo nestas declarações é:
Temos uma grande responsabilidade.

Vamos nos unir e Interceder por amor aos que estão sofrendo e colocando as esperanças em coisas inúteis.

           
               

Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;
Hebreus 12:14


Marcelo Tristão de Souza
Ministério Apostólico Koinonia
Guamaré/RN






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