04 maio 2016

Exército de Deus - Parte 09 - A proposta de paz





Quando vocês avançarem para atacar uma cidade, enviem-lhe primeiro uma proposta de paz. Se os seus habitantes aceitarem, e abrirem suas portas, serão seus escravos e se sujeitarão a trabalhos forçados.
Mas se eles recusarem a paz e entrarem em guerra contra vocês, sitiem a cidade. Quando o Senhor, o seu Deus, entregá-la em suas mãos, matem ao fio da espada todos os homens que nela houver.
Mas as mulheres, as crianças, os rebanhos e tudo o que acharem na cidade, será de vocês; vocês poderão ficar com os despojos dos seus inimigos dados pelo Senhor, o seu Deus.
É assim que vocês tratarão todas as cidades distantes que não pertencem às nações vizinhas de vocês.


Deuteronômio 20:10-15


            Finalmente chegamos à batalha propriamente dita.
            Quando o Senhor entra nesta parte, onde será apresentada a maneira de agir no campo de batalha, são apresentados tratamentos diferenciados, conforme o tipo de cidade onde a batalha se desenrolaria.
            Se fossem cidades distantes, haveria um tratamento e se fossem as cidades pertencentes à terra que o Senhor estaria dando por possessão ao Seu povo, o tratamento seria bem diferente.
            Na dispensação da Lei, as batalhas contra as cidades distantes tratava-se de seguir o caminho devido até chegar em Canaã e eliminar os obstáculos que atrapalhavam o cumprimento deste objetivo. As batalhas contra as cidades de possessão tratava-se do cumprimento da promessa feita por Deus ao seu servo Abrão:

Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.
Abrão atravessou a terra até o lugar do Carvalho de Moré, em Siquém. Naquela época os cananeus habitavam essa terra.
O Senhor apareceu a Abrão e disse: "À sua descendência darei esta terra". Abrão construiu ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido.

            Trazendo esta parte da Lei sobre as guerras para a dispensação da Graça, teremos a diferenciação entre os níveis da batalha entre as trevas e a luz. Nesta reflexão, veremos o primeiro nível, representado na Lei pelas cidades distantes e posteriormente, veremos a representação das cidades de possessão.
            É interessante notar como a ordem destes níveis de batalha é apresentado na Lei de maneira inversa ao que deve ser praticado na Graça, mas como estamos seguindo a sequência do texto da Lei, vamos falar primeiramente sobre as cidades distantes.
            Primeiramente vamos nos recordar de quem é o inimigo na dispensação da Graça. Mesmo sendo de conhecimento geral, é bom sempre reler este texto para enraizar esta verdade em nosso coração:

pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

            À luz do que Paulo nos revela sobre o verdadeiro inimigo, a proposta de paz que deve ser feita durante o cerco às cidades distantes é figura da evangelização. Neste contexto, cidade distante significa pessoas que estão afastadas espiritualmente de Deus por causa do pecado. A partir destas revelações, o restante do texto se descortina aos nossos olhos de maneira emocionante.
             Sempre que temos a oportunidade de falar com uma pessoa e apresentar-lhe o evangelho, devemos ter em nosso coração esta disposição de primeiramente declarar a paz, isto é, apresentar o amor de Deus revelado na cruz da maneira mais simples e direta possível. Se a pessoa continuar resistindo poderemos mudar o rumo da conversa e então, entrar no assunto mais duro, que é a confrontação entre a justiça, o juízo e o amor.
Se a proposta de paz não surtir efeito, pedimos orientação ao Espírito Santo sobre o que está prendendo esta pessoa e evitando que aceite o amor de Cristo.
Isto é o que creio que realmente significa ser espiritual: Depender do Espírito Santo em toda e qualquer situação.    
            Sempre que a mensagem da cruz é rejeitada, sabemos que há forças contrarias operando para que a verdade não penetre. É a batalha entre luz e trevas e então, pela revelação do Espírito Santo, atacamos o ponto certo, derrubando qualquer empecilho à verdade e assim, teremos o imenso prazer de presenciar a libertação. Se o(a) amado(a) leitor(a) tem alguma reserva sobre isto, aguarde a próxima reflexão, sobre as cidades de possessão e este assunto será tratado com mais detalhes.
           
Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer.

            O Apóstolo nos dá aqui um pequeno guia de como evangelizar:
Primeiramente, estando debaixo das orações da Igreja.
Segundo, quando ele diz quando eu falar, seja-me dada a mensagem, está se declarando dependente do Espírito Santo parta poder falar o que é necessário em cada ocasião.
Em terceiro lugar, Orem para que, permanecendo nele, eu fale. Só poderemos falar dos mistérios do evangelho de Cristo, se permanecermos nEle. Veja o que o próprio Senhor nos diz:

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.

A sequência do texto sobre as cidades distantes nos fala sobre a integração e o discipulado das pessoas que evangelizamos e ajudamos a se reconciliarem com Deus através de Cristo.

Se os seus habitantes aceitarem, e abrirem suas portas, serão seus escravos e se sujeitarão a trabalhos forçados.

            Preste atenção na sequência: aceitar é um passo e abrir a porta é outro. Quando o Senhor comissionou a Igreja para a realização de Sua obra, Ele nos falou sobre isto:

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".

            Quando uma pessoa aceita a mensagem e passa a crer em Jesus como Senhor e Salvador, está dando apenas o primeiro passo. Após isto, a Igreja deve se empenhar em cumprir o que o Senhor diz acima. Fazer discípulos, batizar e ensinar tudo o que foi ordenado. Este é o passo que está entre aceitar e abrir a porta, conforme o Senhor diz:

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.

            O discipulado, batismo e ensino é o que fará com que o novo decidido reconheça a voz daquele que bate e então abra e sente-se à mesa com Ele.
            Foi o Senhor Jesus quem deu estas instruções ao Apóstolo João, mas sabemos pela Palavra que Deus habita no coração do Cristão através do Espírito Santo:

Respondeu Jesus: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada.
Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.
Efésios 2:22

            A comunhão com a Igreja possibilitará o crescimento do novo crente e assim, será concedido a este que seja cheio do Espírito e avance no conhecimento da verdade. Quando não há esta sequência por parte da Igreja, dificilmente as pessoas permanecem, logo voltando a habitar na cidade distante e se esquecendo de Deus.
            A vida diária de todos os cristão deve ser exemplo para os novatos e assim, o Senhor será glorificado através de Seu povo e não haverá tantas desistências. Veja neste texto a seguir como deve ser nossa vida diária e o exemplo que devemos passar como Sal da Terra e Luz do Mundo:

Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.
Tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim, ponham-no em prática. E o Deus da paz estará com vocês.

            O restante do texto sobre as cidades distantes fala sobre a comunhão de bens que havia na Igreja primitiva mas não vemos e creio que só veremos quando o Senhor enviar um grande avivamento:

Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.


Intercessão de hoje:
Dá-nos direção para a pregação do evangelho, o discipulado e a integração dos novos crentes.
Ensina-nos a viver em comunhão e a partir o pão.


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